domingo, 16 de outubro de 2016

Programação das Conferências e Mesas Redondas

24 de outubro de 2016
(Teatro da Reitoria da UFPR)

16h-18h - Credenciamento

18h – Cerimonial

18:30 –  Espetáculo de Abertura: Canto 24 da Ilíada / Andressa Medeiros

19:30h - Conferência de Abertura:  "AGAINST DECLARATIVITY"
Prof. Dr. Hans Kellner (North Carolina State University in Raleigh, North Carolina)
 Resumo: “The professionalization of historical scholarship in the nineteenth century brought about the dominance of "declaritivity," a rhetorical mode in which a single author/authority presents views of the world in positive terms for a reader who has a passive, consuming role.  This takes the form of narrative and appears to be the natural way to represent reality.  It is, however, a period approach, following the literary rules of nineteenth-century realism and the scientific model of a Newtonian universe.   As Hayden White has noted, when history is cited as an art and a science, the reference is to nineteenth-century art and science.  It seems to be a "legacy" discourse, from a moment that has passed.  The twentieth century saw astonishing changes in the speed and scope of events, changes which called the declarative mode into question and brought about forms of representing the past that escaped the declarative.  At the same time, a revived interest in a "practical past" suggested that declarative historical discourse should not be the only epistemological responsible way to envision past reality.  Fictionality, the conventional devices of a certain moment, is shared by both history and literature, and this reminds us that the standards of truth and reality are also shared.  Indeed, practically speaking, the historical novel may be truer and more real than a historical treatise.  It is in representation of the Holocaust that the turn to non-declarativity is seen most clearly, but in principle it may be applied to other sorts of events.  In particular, showing the signs of enunciation, in which the process of coming to know, can establish a more realistic discourse, as found in the works of Foer, Spiegelman, and Sebald, as well as the work of guild historians.”

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25 de outubro de 2016

16:30-17h – Espetáculo “Pecora Loca” (Auditório da Medicina)

17h-18:30 –  Mini-curso: "A retórica da crítica e dissidência política no mundo antigo" (Auditório da Medicina)
William J. Dominik (Professor Visitante Estrangeiro da CAPES, UFBA /Professor Emérito de Estudos Clássicos, Universidade de Otago, Nova Zelândia)

19h – Conferência: “Retórica y alteridad” (Auditório da Medicina)
Prof. Dr. Gerardo Ramirez (Centro de Estudios Clásicos; Instituto de Investigaciones Filológicas; Universidad Nacional Autónoma de México; Presidente da Organización Iberoamericana de Retórica-OIR)
 Resumo:“La noción de ‘alteridad’ permite a la retórica enriquecer y profundizar el conocimiento del fenómeno discursivo. La retórica política requiere primero conocer al otro, con el que puede consentir o sobre todo disentir. Si hay consentimiento con el otro, la función de la retórica es reafirmar los consensos; si hay disentimiento, su función es asimilar al otro, apropiarse del otro, vencer al otro o acabar con el otro. No busca respetar las ideas y posiciones del otro, interactuar en un plano de igualdad o valorar al otro. Lo anterior se debe no a la maldad humana o algo parecido, sino sobre todo a que la retórica parte de que no hay verdades necesarias y universales, sino opiniones verosímiles y contingentes. En ese reino de la doxa, el orador busca –teóricamente- dar una opinión mejor que la de los demás oradores y éstos a su vez pretenden dar soluciones mejores. La conferencia explica las diferentes relaciones que el yo orador puede establecer con el otro y presenta las consecuencias de esas relaciones.”

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26 de outubro de 2016

10h – Mesa Redonda (Auditório da Medicina)

Profª.  Drª. Maria Cecília de Miranda Nogueira Coelho (UFMG; Presidente da Associação Latino-Americana de Retórica): “E o verbo se fez imagem -  as estratégias retóricas na apropriação do texto de Viera no cinema”
 Resumo: “O objetivo de minha comunicação é o de discutir a interação entre duas “media” no contexto da recepção obra do padre António Vieira. Em um primeiro momento, analisarei alguns aspectos de dois filmes de renomados diretores, um português e um brasileiro: Palavra e utopia (2000), de Manoel de Oliveira (1908-2015),  e Sermões – a história de António Vieira (1986), de Júlio Bressane (1946-), quanto a seu conteúdo e referências a textos do jesuíta. Apesar de serem representações bem diferentes do trabalho e da persona de Vieira, o estudo comparativo entre eles traz elementos significativos para pensarmos a construção, em Portugal e Brasil, da imagem do jesuíta. Em um segundo momento, a partir da exploração do conceito de “enargeia”, pretendo analisar as estratégias audiovisuais usados na sétima arte a fim de mostrar em que medida tais filmes permitem um caminho de mão dupla: por um lado, como recursos disponíveis para, pedagogicamente, tratarmos da reconstrução da imagem de Vieira no século XX, em um material disponível a estudiosos do século XXI; por outro, como recursos que nos estimulam a reler os textos de Vieira com atenção a aspectos da prática retórica como a actio, na medida em que o cinema dá visibilidade e enfatiza aquilo que pode ser desconsiderado quando lemos o sermão  sem cuidarmos que esse texto não atingiria seu objetivo precípuo, de persuasão e de produção de páthos, a não ser que fosse apresentado oralmente pelo pregador, com atenção aos gestos, à dicção e à atuação, como normatizado pelaRatio Studiorum: “Laborandum etiam, ut vocem, gestus et actionem omnem discipuli cum dignitate moderentur” (XV, 32).”

Prof. Dr. Pedro Dolabela(Letras/UFPR): “Retórica e cognição: proposta de interface”
 Resumo: "Entre outros elementos, a performance retórica da narrativa de ficção pressupõe: (a) a representação de 'estados regulares do mundo' nos quais a ação transcorre, compostos por proposições de viés ao mesmo tempo descritivo e moralmente valorativo, que não pretendem chamar atenção para si mesmas; (b) eventos salientes, que pressupõem aquela regularidade de fundo, mas que extrapolam o seu viés normativo-preditivo por apresentarem situações atípicas; (c) o apelo, nos juízos sugeridos pela narrativa sobre as questões suscitadas pelos eventos do enredo, a valores passíveis de alcançar certo consenso social. A partir desses pressupostos, Franco Moretti defendeu a análise retórica como meio de cientifização da crítica literária: ela permitiria indicar, com certa objetividade, (a) as questões socialmente relevantes revolvidas pelo enredo ficcional; (b) as formas literárias (compreendidas como procedimentos retóricos) mobilizadas no seu tratamento. Se essa proposta faz sentido como sociologia das formas, ela pode ser fertilizada por uma teoria cognitiva da leitura que explique como o texto consegue fazer com que a relação entre 'normalidade de fundo' e 'evento saliente' seja absorvida, pelo leitor, como fundamento para a atribuição de valor moral ao quadro representado: essa possível contribuição da psicologia cognitiva para a análise retórica será o tema principal da nossa conversa.”

Curador Marco Silveira Mello (Diretor da Casa da Imagem): "Arte, Crítica e Paradoxo"


14:00h – Mesa Redonda (Auditório da Medicina)


Profª. Drª. Maria Flávia Figueiredo (Unifran): “A RETÓRICA, A LINGUÍSTICA E OS MECANISMOS DE SUBVERSÃO DA LINGUAGEM”
 Resumo: “A retórica, ao lado da dialética e da gramática, compunha, na Antiguidade e na Idade Média, o campo dos estudos da linguagem, das artes liberais. Nesse universo, a retórica dispunha-se a estudar os meios de persuasão criados pelo discurso e analisar os efeitos por eles produzidos nos ouvintes. Era também definida com a arte do bem falar (ars bene dicendi). Durante o século XIX e a primeira metade do século XX, no entanto, assistimos ao declínio da retórica e, concomitantemente, ao surgimento da linguística como ciência. Essa simultaneidade não se deu de forma aleatória se, na esteira de Fiorin (2014) e de Bender e Wellberry (1990), considerarmos o fato de que o declínio da retórica é tributário da definição de um ideal de objetividade, transparência e neutralidade do discurso científico, em que impera a concepção de que a linguagem representa a realidade. Por outro lado, a linguística se pauta no princípio da antifonia, por meio do qual o discurso é o responsável pela maneira com que concebemos a realidade. Esse princípio da consonância de vozes estabelece que cada discurso corresponde a outro discurso, produzido por outro ponto de vista. No início do século XX, com a publicação do Curso de linguística geral, a linguística moderna se estabelece e ganha seu objeto de estudo. Contudo, em meados do século XX, assistimos à revitalização da retórica, o que pode ser comprovado com a publicação de importantes obras: na Bélgica, o Tratado da argumentação (PERELMAN; OLBRECHTS-TYTECA, 1958); na Inglaterra, Os usos do argumento (TOULMIN, 1958); nos Estados Unidos, Filosofia e argumentação, (JOHNSTONE, 1958). Dentre os fatores condicionadores desse contexto, a par do advento de novas mídias, encontramos o modelo de comunicação política por meio do qual se pretendia comover, persuadir e convencer a todo custo. Essa mudança de paradigma possibilitou uma aproximação entre a linguística e a retórica. Porém, essa retórica incorporada à linguística, como enfatiza Fiorin (2014), parte de um pressuposto distinto das retóricas tradicionais (tomadas como artes). A união desses dois campos do saber permite, então, descrever o que escapa à intenção consciente do enunciador, mas se manifesta na configuração do discurso oral ou escrito. Tomando essa nova configuração dos estudos retóricos, influenciada pelas ideias linguísticas da atualidade, o presente trabalho visa discorrer sobre alguns mecanismos de subversão da linguagem. Para ilustrá-los, a figura retórica da ironia, concebida como dissimulação do enunciador, será tomada como objeto de análise.”

Prof. Dr. Luiz Antonio Ferreira (PUC-SP): “Pragmática e retórica: as infiltrações do medo nos Discursos Institucionais”

 Resumo: “Um ato retórico caracteriza-se por sua eficácia: fazer crer para provocar uma reação significativa no comportamento de um auditório. Nesse sentido, é também um ato pragmático, pois provoca uma resposta, de natureza avaliativa, que envolve percepções, paixões, valores e atitudes. Dentre as paixões evocadas, as infiltrações retóricas do medo são comuns nos discursos sociais que, exteriorizados pela vestimenta da palavra, abalam   poderes, saberes e até deveres consagrados. Os meios midiáticos, por sua vez, que constituem a maior força de disseminação da doxa em nossos dias, utilizam a palavra como um meio de influência e de ação para, assim, consagrar o temor das e nas instituições. Desse modo, disseminam um discurso instituinte -  em contraponto ao discurso instituído e dominante -, revolvem fortemente os alicerces institucionais e arranham as três categorias fundamentais que sustentam secularmente as organizações: o saber, o poder e o fazer. Por extensão, põem em xeque o ethos das próprias instituições. Por meio dos estudos retóricos de Aristóteles e das contribuições prestadas pela Nova Retórica, os movimentos patéticos em discursos advindos de representantes institucionais serão analisados para comprovar a efervescência retórica que impulsiona o sentir em sociedade e a eficácia retórica da mídia contemporânea nas movimentações do pathos no auditório brasileiro.”

Profª. Drª. Lineide do Lago Salvador Mosca (USP; GERAR -Grupo de Estudos de Retórica e Argumentação): A mentira como estratégia retórica no embate político de nossos dias: “ me engana que eu gosto”

 Resumo: “Partindo da ideia de que o político não fala o que pensa nem pensa o que fala, tem-se nessa oposição muito aceita na representação que dele se tem, um importante ponto de partida para considerações acerca dos discursos que circulam no espaço público e que povoam as mentes e memórias da população. Tem-se, por princípio teórico, a consideração dos fatos como verdades consentidas e construídas conjuntamente, mediante acordos e valores comuns. De igual modo, há que levar em conta o fato de que a retórica se move no terreno da incerteza, do problemático e do plausível, havendo graus que tangenciam ora a transparência, ora a opacidade, o que permite posicionamentos por atenuações e eufemismos, que evitam a rigidez de pronunciamentos. No caso do ator político, a confiabilidade que se lhe atribui está diretamente ligada ao binômio ato/pessoa, ao lugar da essência, porque nele se procura  um representante legítimo das aspirações comuns. Este, por outro lado, pode valer-se dessas aspirações coletivas e incorrer num populismo como engodo, como mentira e ilusão. É quando recorre ao sentimentalismo e á verbosidade, quando não ao humor e à chacota. A rede de relações teóricas que construímos em nosso trabalho parte dos fundamentos aristotélicos e prolonga-se nas propostas de Perelman e Michel Meyer. Em vista da natureza das questões colocadas, será dado destaque às figuras de dissociação, tais como as de ruptura de ligação e as de dissociação de noções, propostas por Perelman. Dois artigos, um da Folha de São Paulo e outro de O Estado de São Paulo ilustrarão os pontos discutidos. O famoso dito, “me engana que eu gosto” encontra seu perfeito “habitat” no discurso dos políticos. Enfim, pretende-se apontar como o campo do político torna-se território propício à falsidade, mediante evasivas, seus simulacros e desvios.”  




Prof. Dr. Ivo José Dittrich (Unioeste - Foz do Iguaçu): “EXPRESSÕES REFERENCIAIS: NO LIMITE DAS DESCRIÇÕES, O POTENCIAL RETÓRICO”
 Resumo: “A perspectiva interdisciplinar é indicada quando a abordagem do objeto assim o exige. É o caso das expressões referenciais que, por mais precisas que se pretendam ao se referirem à realidade (ou ao criá-la), conseguem descrever apenas parcialmente os respectivos referentes, dadas às coerções que a própria linguagem e, mesmo, o meio social impõem. Assim, dentro do universo das relações entre a Semântica e a Retórica, será abordada a questão da referência, mostrando como, no processo de significação das expressões referenciais se inscrevem as dificuldades enfrentadas pelos interlocutores ao selecionar e interpretar as palavras que se referem aos objetos do real. Ao mesmo tempo, também serão exploradas as possibilidades retóricas dinamizadas pela referência ao longo do discurso. A hipótese é a de que as expressões compõem-se de um núcleo semântico relativamente estável, cujos contornos apontam para outros sentidos que a habilidade (relativizada) do Orador pode explorar para influenciar a interpretação nos termos em que pretende. Significa que nas limitações para expressar suas representações do mundo reside, paradoxalmente, o potencial retórico a ser atualizado por ocasião do discurso. Ainda que se trate de uma abordagem predominantemente teórica, são examinadas algumas expressões para mostrar como esta relação semântico-retórica, intermediada pelas representações sociais, está inscrita na língua e é dinamizada no discurso. Assim, serão abordadas aquelas expressões que cumprem papel referencial, ou seja, que descrevem determinado referente, mas que, ao mesmo tempo, revelam as representações do autor sobre este mesmo referente e, por isso, também produzem efeitos em termos de persuasão.”

17h-18:30 –  Mini-curso: "A retórica da crítica e dissidência política no mundo antigo" (Sala 200 - Faculdade de Direito)


19h – Conferência: “A dimensão psicológica da retórica antiga” (Auditório da Medicina)
Profª. Drª. Sandra Lúcia Rodrigues da Rocha  (UNB; RHETOR - Grupo de Estudos de Retórica e Oratória Grega )
 Resumo: “Na conferência, serão abordados, como dimensão psicológica da retórica antiga, (1) a importância que o ethos passa a adquirir como categoria de reflexão sobre a prática retórica a partir de Aristóteles, e (2) os efeitos patéticos considerados em descrições de estilos. Teofrasto, Demétrio e Dionísio de Halicarnasso são alguns dos autores a serem tratados”.

20h – Conferência: “The Melodic Vocabulary of Fifteenth-Century Chanson and Musical Rhetoric before the Dawn of Musica Poetica”
Prof. Dr. Adam Knight Gilbert (USC Thornton School of Music )
 Resumo: “Fifteenth-century treatises of poetry gave poetry a privileged dual place the seven liberal arts, in the trivium as “seconde rhetorique” and in the quadrivium as a species of “musique rhythmique”. Eustache Deschamp’s 1408 treatise L’art de dictier distinguishes between sounding music as “musique atificielle”and poetry as “musique naturelle.” It was not until 1533 that music theorists begin discussing the concept of musica poetica, or a poetics of music. Inherent to this development was the perception that music, as handmaiden to the text, could express its natural affect and accent.
The invention of this concept of musica poetica has sometimes led scholars to judge Renaissance music in terms of how well it expresses its text. However, the poetics of fifteenth-century music may best be judged not only in terms of how well the music expresses a text, but on the premise that music and poetry are sister arts, with parallel vocabulary and conventions of rhetorical beauty.
This paper therefore builds on a simple premise: if fifteenth-century French verse is a species of music, can the melodies that set those poems be analyzed as a kind of poetry? Just as French poets built  forme-fixe verse on a relatively small textual vocabulary of conventional expressions, so composers set the text with a small vocabulary of conventional melodic  and rhythmic formula. Poet and composer transformed and mutated short motives into kaleidoscopic arrays of beauty, and both engaged in an intense game of citation, paraphrase, and allusion.
To illustrate this approach, I will enlist a special group of anonymous French chansons from the Chansonnier El Escorial IV.a.24 to reveal the extent to which composers employ melodic permutation, elision, and citation to reveal messages concealed within their text. Of special interest is a group a chansons that employ palindromes and mirror images to symbolize textual themes related to averted eyes and Fortune’s wheel. Ultimately, I hope to prove that the musical composers of these chansons were engaging in intense musical rhetoric in the years before the so-called dawn of musica poetica.”

20:30h-23h –  Hapening: “A exposição dos pós-antigos” (Restaurante Marbô)

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27 de outubro de 2016


9:30 – 12h – Materclass (Escola de Música)
Prof. Dr. Adam Knight Gilbert (USC Thornton School of Music )

10h – Mesa Redonda (Auditório de Medicina)

Profª. Drª. Alejandra Vitale (Instituto de Lingüística, FFyL, Univ. De Buenos Aires): “Retórica epistolar en un organismo estatal dedicado a la inteligencia”
 Resumo: “En el marco de las propuestas de la denominada organizational rhetoric (Cheney, 1983, Cheney et al., 2004; Hoffman & Ford, 2009) y de la perspectiva francesa de análisis del discurso sobre las comunidades discursivas (Charaudeau y Maingueneau, 2005; Maingueneau, 1987, 1996) y), analizo aquí dos documentos preservados en uno de los llamados “archivos de la represión” abiertos a su consulta pública en la Argentina,  el “Reglamento de trámite y correspondencia”, sancionado en 1978 por el Jefe de la Policía de la Provincia de Buenos Aires, y el “Manual para la tramitación de la correspondencia calificada con grado de reserva”, aprobado por decreto del Poder Ejecutivo provincial en 1981 y con vigencia en todos los organismos de la administración pública, contemplada la Policía. Este trabajo se inscribe en una investigación de mayor alcance que, subsididada por la Universidad de Buenos Aires, estudia el Archivo de la Dirección de Inteligencia de la Policía de la Provincia de Buenos Aires (DIPBA), donde están preservados los nombrados documentos, como comunidad discursiva. El propósito de esta exposición es caracterizar, mediante una metodología cualitativa (Vasilachis de Gialdino, 2006), las regulaciones del estilo, la incidencia de las pasiones, la corrección lingüística, las fórmulas de tratamiento y el empleo de lenguas extranjeras en la escritura epistolar policial. Asimismo, describe una serie de tópicos subyacentes (Angenot, 2010), incluidos los vinculados a la imagen de un buen agente de inteligencia. De este modo, plantea que la reglamentación sobre la redacción de los diversos tipos de cartas en la Policía de la Provincia de Buenos Aires contribuyó tanto a la construcción identitaria de sus integrantes como a legitimar las relaciones jerárquicas entre ellos.”


Prof. Dr. Jorge E. Rojas Otálora (Universidad Nacional de Colombia; Sociedad Colombiana de Retórica): “La retórica del cuerpo femenino en las novelas de José María Vargas Vila"
 Resumo: “Esta ponencia se propone revisar la perspectiva desde la cual se representa el cuerpo femenino en algunas novelas del escritor colombiano José María Vargas Vila. Es evidente que en las obras de este autor hay un marcado interés en la presentación del cuerpo femenino, subrayando los aspectos que resaltan el erotismo, como fórmula para transgredir la moral dominante. Se pretende elaborar una retórica de la alteridad, es decir, describir las reglas operatorias de la fabricación del “otro” para caracterizar un relato que se desplaza entre un narrador y un destinatario al que se le quiere mostrar al “otro” como diferente o contrario. En este proceso se requiere comprender de qué manera se expresan tanto el narrador como los personajes mediante formas de enunciación que generan en el destinatario la persuasión sobre la diferencia.
En principio, esta retórica se convierte en un ejercicio de traducción que pretende explicar las diferencias mediante procesos como la inversión, la comparación o la analogía. En el texto literario esta retórica se expresa mediante los enunciados del narrador o de los personajes, que se constituyen en una proyección de la voz del autor y, por ende, su actitud respecto a los valores vitales.
Ya se trate de narración en primera o en tercera persona, por medio de las diferentes formas discursivas, el relato elaborado en las novelas de Vargas Vila expresa un contexto en el cual existe una valoración particular de la mujer que se hace explícito en la forma en la que se presenta al cuerpo femenino.”

17h-18:30 –  Mini-curso: "A retórica da crítica e dissidência política no mundo antigo" (Sala 200 - Faculdade de Direito) - William J. Dominik

19h – Reunião da SBR (Auditório da Medicina)

20:30 – Noite de autógrafos (Restaurante Marbô)

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28 de outubro de 2016


10h – Mesa Redonda (Auditório da Medicina)

Prof. Dr. Adriano Scatolin (USP): “Inventio e dispositio no debate senatorial da Coniuratio Catilinae de Salústio“

Prof. Dr. Marcos Aurélio Pereira(UNICAMP): "A escrita, seu ensino e o discurso gramatical no primeiro século: considerações sobre a questão da correção linguística na Institutio oratoria de Quintiliano”
Resumo: “A exposição visa comentar brevemente o surgimento das antigas reflexões sobre a linguagem e, nesse contexto, a defesa do ensino de uma forma de língua determinada segundo Quintiliano. Trata-se, na verdade, de pensar como a linguagem, tendo-se tornado, ao longo do tempo, objeto de consideração de diferentes disciplinas (gramática, retórica, dialética, mas também música, poética etc) já no mundo antigo, enseja a constituição de um saber metalinguístico num contexto, ao mesmo tempo, de separação e confluência de diferentes domínios, sem esquecer o contato entre diferentes culturas, destacadamente após a constituição da escrita, encarregada justamente de preservar os textos fundamentais das culturas grega e romana. No contexto de formação do antigo orador, tema principal da obra, ganha certo relevo a gramática, mas, sobretudo, a retórica, ambas implicando, é claro, o aprendizado de outras tantas disciplinas, como se depreende da leitura da Institutio. No quadro da disciplina gramatical, particularmente, ganha relevo a questão da correção, uma das virtudes do discurso, não a única, segundo seu autor. Em geral unicamente focada por estudos linguísticos na posteridade que buscam sua origem no mundo antigo, a gramática assumiria, então, tendo em vista preparar o aluno para o mestre de retórica, a forma de uma disciplina normativa, traço ainda hoje verificado na prática escolar e outros contextos, com já sabidos desdobramentos, embora com interesses certamente diversos no mundo antigo.”

Profª. Drª. Leni Ribeiro Leite (UFES; PROAERA): “Imperadores flavianos, poética e retórica”
Resumo: “Os imperadores romanos da Dinastia Flaviana, em especial o último deles, Domiciano, têm sua imagem tradicionalmente encontrada nos relatos historiográficos construída a partir das obras em prosa do período, como as de Suetônio e Plínio, tomadas como textos informativos e transparentes. Sabemos, no entanto, com base nos estudos do sistema educacional romano, por um lado, e na prática oratória e retórica, por outro, como esses textos são trabalhados do ponto de vista da retórica e da persuasão. É também de interesse observar como a imagem daqueles imperadores é diferente em obras poéticas do período, como as de Marcial e Estácio. Buscamos, com nossa pesquisa, traçar um paralelo entre as duas imagens, analisando os instrumentos retóricos de umas e outras fontes.”

18h – Show de Encerramento: Tertúlia Vocal (Salão Nobre – Faculdade de Direito)


19h – Conferência de Encerramento (Salão Nobre - Faculdade de Direito): “Disputatio religiosa: Os livros de Uriel-Gabriel da Costa”
Profª. Drª. Adma Fadul Muhana
 Resumo: “Não obstante sua adoção do judaísmo, Uriel-Gabriel da Costa (ca.1585-1640) manteve íntegro seu pertencimento ao mundo ibérico, o que não foi raro na nação portuguesa em diversas partes da Europa, a qual era constituída sobretudo por portugueses descendentes de cristãos-novos desterrados de sua pátria – e não ainda sefarditas, como a história do judaísmo mais tarde os definirá. Desconhecendo os princípios da religião judaica, esses expatriados se chocavam com o judaísmo histórico que descobriam e frequentemente expunham o proselitismo judaico sobre eles. Esta a razão porque tantos protagonizaram dissidências e foram enhermados (excomungados) pela sinagoga, além daqueles que se converteram por fim ao protestantismo.
 O caso de Uriel da Costa foi extremo. Seu livro intitulado Exame das Tradições Fariseias (1624), uma vez roubado e reescrito, em outro gênero literário, escandalizou a comunidade e acabou por ser mandado queimar pelos rabinos de Amsterdã. Nele, Uriel da Costa contesta interpretações alegóricas do texto bíblico e da Tradição oral, propondo uma leitura literal que afasta as noções de imortalidade da alma e de ressurreição dos mortos, comuns ao judaísmo e ao cristianismo coetâneos. Sua própria publicação põe à mostra a polêmica religiosa como inscrição de gênero no mundo ibérico, a condicionar a escritura e os lugares de circulação da disputatio religiosa.”